Nesta unidade, abordaremos o desenvolvimento histórico da Cristologia no decorrer dos primeiros séculos do cristianismo. Iniciaremos pelo período apostólico (ainda vinculado ao Novo Testamento), seguido pela Patrística (período dos Pais da Igreja, escritores pós-apostólicos), pela Escolástica-Medieval e pela Reforma Protestante.
A história da Cristologia é bastante complexa. Sua riqueza revela-se na diversidade com a qual a reflexão cristológica se desenvolveu nas diferentes regiões e épocas do cristianismo. Como toda cristologia, é construída com base em um contexto histórico-cultural específico, sendo necessário estudar tais períodos para compreendermos as razões que levaram a teologia a fazer determinadas afirmações cristológicas.
Bons estudos!
Objetivos:
Ao final desta unidade de aprendizagem, você será capaz de:
Reconhecer o processo de desenvolvimento da Cristologia durante o período apostólico e pré-niceno;
Uma das principais afirmações da cristologia luterana é o sacerdócio universal de todos os cristãos. Mas será que esse conceito é verdadeiramente conhecido por parte dos membros de nossas comunidades de fé?
Faça uma pesquisa junto à sua comunidade de fé (igreja) e pergunte a algumas pessoas o que elas compreendem com a expressão “sacerdócio universal de todos os cristãos”.
No infográfico a seguir, são apresentadas as duas linhas cristológicas que foram tratadas durante as discussões do Concílio de Niceia. O arianismo (coluna à esquerda) entendia que o Verbo (Cristo) não era eterno com o Pai, mas era a primeira criatura de Deus por meio da qual o mundo foi feito; já o Credo Niceno (coluna à direita), credo resultante das reflexões do Concílio, afirma a posição que se tornou ortodoxa na história da igreja: o Pai e o Verbo (Cristo) são da mesma substância, isto é, divinos.
Uma das principais características da reflexão teológica e cristológica, durante o período apostólico, na Patrística, foi sua abertura dialógica ao mundo no qual se desejava viver a fé em Cristo. Essa abertura, capaz de unir coragem e discernimento, foi o que possibilitou à igreja a prática da inculturação da fé, isto é, a vivência e reflexão da fé em novos lugares históricos, geográficos e culturais.
Esse desafio, ao mesmo tempo complexo e essencial, é também o nosso desafio contemporâneo; é preciso atualizar a mensagem do evangelho de Cristo às novas situações e exigências culturais que a sociedade atual nos apresenta. Rejeitar esse desafio torna a fé obsoleta e faz da linguagem evangélica uma linguagem “de gueto”, isto é, restrita apenas aos “iniciados na fé”. Com isso, perde-se a possibilidade de comunicar-se com o mundo e a teologia cristã se torna irrelevante. Por isso, hoje, precisamos reproduzir a prática dos teólogos da Antiguidade, unindo coragem e discernimento em nossa reflexão teológica
Nesta unidade, vimos algumas informações sobre a cristologia de Martinho Lutero, um dos principais responsáveis pela Reforma Protestante. Ao analisar essa Reforma, corremos o risco de idealizar Lutero sem levar em conta seus erros, especialmente na sua relação com o movimento anabatista. Por outro lado, também corremos o risco de desconhecer as implicações que a cristologia da Reforma Protestante nos apresenta. Esses dois riscos podem impedir a prática de relações ecumênicas entre as igrejas cristãs, tão necessária hoje em dia. A respeito de Lutero e o contexto da Reforma Protestante, leia o artigo Lutero e o contexto da Reforma Protestante:
Para aprofundar seu conhecimento sobre a cristologia luterana vinculada à justificação pela fé, elemento central ao pensamento luterano, leia o artigo A justificação pela fé nas tradições luterana e reformada: um ensaio em teologia comparativa.
Com o objetivo de colocar em prática os conhecimentos adquiridos nesta unidade, clique no botão abaixo.
Para enriquecer seu aprendizado, assista ao vídeo Religião e missão à luz da Cristologia de Lutero, que aborda o conceito de missão cristã a partir da concepção cristológica elaborada por Martinho Lutero:
Para enriquecer seu aprendizado, leia o texto Uma história ilustrada do cristianismo, volume 2, p. 87-101, na qual o autor apresenta com maiores detalhes os acontecimentos que ocorreram no Concílio de Niceia.